sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Diagnóstico do Terapeuta

Agora que "desabafei" sobre ontem, acho que tenho condições de "falar" mais um pouco sobre mim. Como disse, faço terapia há 1 mês e queria mostrar pra vocês o diagnóstico do meu terapeuta. Ele me diagnosticou com base em algumas informações a meu respeito, que vou resumir pra vocês.
Sou casada, tenho 28 anos, sou magra com curvas, me considero bonita e atraente. Sou caçula, a única menina. Minha mãe é do tipo super protetora (com todos da família, não é só comigo), meu pai é do tipo caladão. Minha família é muito unida, um se preocupa muito com outro, nós sempre nos ajudamos muito em tudo, meus irmãos sempre cuidaram de mim e eu deles.
  • Aprendi a andar de bicicleta há uns dois anos
  • Aprendi a nadar no final do ano passado
  • Estou aprendendo a dirigir
  • Sexo, ao que tudo indica, eu ainda não sei fazer

Não sou de expor muito os meus sentimentos, gosto de sorrir sempre, acredito no poder que tem um sorriso, acho que ele pode dissipar o mal, cativar, seduzir, alegrar o ambiente... Não gosto de chorar na frente dos outros, não quero ninguém tendo pena de mim, então choro pra mim, no meu cantinho, sem ninguém. Chorar em público só em questões banais (tipo um filme) ou extremas (tipo morte). Não faço questão de esconder quando estou nervosa ou triste, mas gosto de sorrir mesmo nesses momentos, porque o sorriso me acalma e me ajudar a sumir com o sentimento ruim.

Diagnóstico do Terapeuta (até agora):

  1. Sou a filhinha da mamãe, a superprotegida. Sou tratada como uma criança ainda e, pior, gosto de ser tratada assim. Crianças não sabem andar de bicicleta, nadar, dirigir... além disso, crianças não fazem sexo
  2. Esconder meus sentimentos faz com que eu não consiga realmente sentí-los
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Deprê...

Bom dia, gente! Eu sei que eu deveria contar as coisas na ordem cronológica, mas, de verdade, não tenho a mínima condição agora... O que eu tô precisando mesmo é contar pra vocês como eu estou me sentindo...
Eu estou sentindo a solidão mais profunda que eu já senti na vida... Antes eu tinha meu marido pra me apoiar, pra ficar do meu lado, mas depois do que ele disse ontem, me sinto completamente só nessa luta!
Estou fazendo terapia há um mês, pra ver se acabo de uma vez por todas com esse problema. Acontece que eu nunca gostei nem acreditei em terapia, e como sou uma pessoa muito racional, às vezes é difícil pra mim encarar as sessões, estou sempre incrédula, sabe? Ou seja, toda vez que eu saio da terapia, saio cheia de pulgas atrás das orelhas, cheia de dúvidas, muitas vezes com raiva do terapeuta, essas coisas...
Ontem, tive sessão e não foi diferente. Saí de lá com todos esses sentimentos e pensando muito em tudo. Quando meu marido chegou do trabalho e me perguntou como foi, eu disse que foi como sempre, não queria "vomitar" todos aqueles sentimentos nele, mas ele insistiu bastante e eu acabei dizendo todas aquelas coisas confusas que estavam dentro de mim... Disse que eu me sentia enrolada pelo terapeuta, que não sentia nenhuma evolução, que estava angustiada com isso, que tava pensando em mudar o tratamento e blábláblá.
Daí ele começou a me aconselhar. Até aí tudo bem. O problema foram as conclusões que ele chegou. Ele me disse que toda a mulher sente alguma dor na relação sexual e que ele acha que eu não gosto de sexo, que eu gosto do MEU sexo (que é oral, carícias e tal), que eu não me interesso por penetração e que eu não estou disposta a passar um pouco de dor no começo pra ter uma "gratificação no final".
Enquanto ele dizia isso, meu mundo foi desmontando feito um castelo de cartas. Eu sei que foi só um pequeno "sopro", mas meu castelo está mesmo muito frágil... nesse momento eu percebi como ele nunca realmente foi capaz de compreender o que é essa doença, que é realmente incontrolável e eu senti essa solidão tremenda, achava que ele estava comigo nessa, mas não está, ele não sabe e acho até que não tem condição alguma de entender o que eu passo. Não tive coragem de cobrar essa compreensão dele, acho que pedir isso é querer demais, mas o fato é que não estou conseguindo suportar a solidão que estou sentindo...
Sou grata por ter encontrado vocês, bem no dia em que eu mais iria precisar!
Outra coisa que me doeu muito, foi que enquanto ele falava sobre como são as outras mulheres, eu não pude evitar de dizer a frase: "mas eu não vou reagir do mesmo jeito que as outras mulheres, porque eu não sou igual a elas, eu não sou normal!". Até agora estou sentindo a dor da constatação de que eu não sou normal...
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O que é o Vaginismo?

Vaginismo é a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração do pênis, dedo, espéculo ginecológico ou mesmo tampão.
Apesar de até querer o ato sexual, a mulher não consegue controlar o movimento de contração, causando intenso sofrimento.
Há dois tipos de vaginismo: o primário, que ocorre desde as primeiras tentativas de coito; e o secundário, que ocorre depois de um período de vida sexual normal e está associada a um evento emocional ou orgânico.
Devemos investigar se há alguma causa orgânica para dor durante o ato sexual, como desequilíbrios hormonais, nódulos ou infecções genitais, ou o uso de medicamentos que diminuem a lubrificação vaginal.
As causas psicológicas constatadas cientificamente como desencadeadoras do vaginismo podem ser devido a estupros, educação religiosa severa, sentimentos de culpa, sexo repressor, falta de orgasmos na relação sexual, raiva e brigas no relacionamento do casal.
Há alguns casos em que a mulher teve uma doença ginecológica que causava dor durante o sexo e, mesmo curando esta doença, ela desenvolve um reflexo condicionado, o qual a faz continuar sentindo dor em suas relações sexuais. O vaginismo é uma disfunção que tem tratamento, no entanto, até a mulher procurar ajuda, muitos anos de sofrimento podem ter se passado e até mesmo desencadeado problemas reprodutivos.
Não há indicação para tratamento cirúrgico ou medicamentoso na literatura médica atual para o vaginismo. Medicamentos como calmantes, cremes e outros para resolver o problema da dor na penetração são ineficazes, pois é importante lembrarmos que a dor é um sintoma e não o problema a ser tratado, além do mais o exame ginecológico destas mulheres pode ser normal.
A terapia sexual ou psicoterapia que trabalhe a sexualidade e o significado emocional do coito são indicados no tratamento. Mulheres que sentem dor na relação sexual ou que não conseguem a penetração no ato sexual devem consultar um ginecologista para diagnosticar a causa e realizar o tratamento adequado o mais precoce possível.
Mito: Somente mulheres jovens e que estão iniciando sua vida sexual podem desenvolver o vaginismo.
Verdade: Qualquer mulher pode desenvolver o vaginismo em qualquer momento de sua vida.
Fonte: http://www.sitemedico.com.br/sm/materias/index.php?mat=1525
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Por que começar um blog?

Pensei muito antes de decidir começar um blog sobre esse assunto... já tive outros blogs sobre outros assuntos, mas, na verdade, nenhum deles foi tão essencial como esse. Consegui encontrar três motivos principais para criar (e manter) um blog sobre Vaginismo, são eles:
  1. Preciso conversar com alguém que enfrenta o mesmo problema que eu, trocar experiências, tentativas frustradas ou de sucesso, preciso ter alguém que saiba do que eu estou falando para dividir minhas aflições
  2. Preciso desabafar, mesmo que ninguém leia, ou se lê não responda, eu preciso falar sobre o que estou vivendo, sentindo... Não sei se vocês têm alguém com quem conversar a respeito... eu só tenho o meu marido, pois não consigo dividir isso com mais ninguém... Tenho um casamento muito feliz, encontrei o homem dos meus sonhos, ele é incrível, sou até invejada por muitas pessoas por ter tudo isso, então não tenho coragem de me abrir com ninguém, porque as pessoas não entenderiam e achariam que o que eu tenho é frescura e tal e coisa...
  3. Acho que todas nós que enfrentamos este problema, precisamos saber se tem solução, não é? Logo que eu comecei minhas buscas na internet, encontrei uma infinidade de relatos tão deprimentes quanto o meu, e nada de finais felizes! Achei algumas histórias de "ex-vagínicas" mas todas em sites que vendem algum tipo de cura, e tudo que parece publicidade (pelo menos pra mim) não tem validade nenhuma. Acho que aqui no blog podemos dividir nossa luta, os artifícios que usamos, os livros que lemos, os tratamentos que fazemos e em breve (se Deus quiser!) a nossa cura!

O que acham? Querem vir comigo nessa? Vamos dividir nossas angústias e nos ajudar!!

Nesse blog, vou falar sobre o meu problema, desde quando eu me dei conta dele, sobre as minhas pesquisas na net, sobre tudo o que tentei e não deu certo, sobre os médicos que me "ajudaram", sobre o tratamento que estou fazendo agora, etc, etc.

Seria muito bom encontrar pessoas que estão passando pelo mesmo problema que eu e podermos, juntas, chegar a uma solução definitiva!

Vamos lá?

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